sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DOWNING THE BARRACK (DESCENDO O BARRACO)


Ontem saimos de manhã cedo para tomarmos café, tirar uma foto de Afra com a bandeira do Santa Cruz no letreiro de Hollywood  e, por fim, comprarmos uma camisa que eu queria. Tudo dentro do planejado. Saímos para entregar o carro por volta das 10:30 e encontramos o local de devolução rapidamente com um pequeno auxílio de Raquel (a moça do GPS). Pegamos o "shuttle" e seguimos para o aeroporto de Los Angeles.

Felizes da vida após a nossa viagem bem sucedida, entramos na fila da "Continental" (a empresa aérea do vôo internacional). Foi então que começou a nossa saga do retorno (que ainda está em andamento). Quando chegamos no  "check in" fomos informados de que as nossas passagens haviam sido canceladas. Eu disse: "Como assim canceladas? Nós fizemos a reserva e pagamos com seis meses de antecedência" (em inglês). E então veio a explicação. Segundo a moça, o último registro de vôo que nós pegamos nos EUA foi de Nova York para San Francisco. Como não havia registro de vôo de San Francisco para Los Angeles, eles partiram do pressuposto de que nós havíamos desistido de voltar para o Brasil e por isso tinham vendido os nossos assentos para outras pessoas. Absurdo!!! Foi então que nós começamos a "descer o barraco" ("downing the barrack") eu em inglês e Afra em português. A cada frase que a mulher falava Afra me perguntava alterado:  "o que esta safada está dizendo??" e eu traduzia enquanto ele começava a xingá-la novamente de incompetente e irresponsável, em português. Precisei me alterar também para ver se conseguíamos algo. Fiz algumas traduções do xingamento de Afra para o inglês, mas só a parte que dava. Tinham alguns xingamentos que eram mais pesados e esses eu preferi não traduzir. No final das contas ela disse que estava tudo certo e que iríamos embarcar para Houston e faríamos a conexão normalmente para o Rio de Janeiro, conforme planejado.

Chegamos em Houston as 20:00, fomos para o guichê da conexão e esperávamos normalmente a entrada quando ouvimos a moça da "Continental" anunciar no alto-falante de forma arrastada os nossos nomes. Quando fomos falar com a "safada", ela nos disse que não tinha vaga no avião para nós. Pediu que nós esperássemos até o último passageiro entrar para ver se havia alguma desistência, o que não ocorreu. Estávamos preocupados com as malas. Ela nos disse que não havia com o que nos preocuparmos, pois elas seriam retirada do avião. Frisei várias vezes que eram quatro malas e ela só falava: "ohhhhh, ok". Como não houve desistência nos mandaram buscar as malas que supostamente tinham sido retiradas do avião para depois pegarmos um "shuttle" para o hotel. O problema é que das cinco malas que tiraram do avião, apenas três eram nossas e as outras duas eram de uma senhora que tinha o mesmo sobrenome que o meu e embarcou e que provavelmente teve o desprazer de chegar no Brasil sem as suas malas, ao passo que uma das nossas quatro malas seguiu para o Rio e deve estar até o presente momento rodando pela esteira. Tentei dar uma queixa, mas a moça da "Continental" me disse que só posso fazer isso depois de chegar no Brasil e não encontrar a minha mala.

Depois iniciou-se a saga do "Shuttle". Levamos quase 40 min para encontrarmos este "shuttle" que é uma espécie de "tranfer" para o hotel. O problema é tínhamos que ligar para o hotel e pedirmos este "transfer". Por sorte, uma alma caridosa que fazia o traslado de outro hotel fez a ligação para nós. Pegamos o "shuttle" e fomos a um hotel próximo ao aeroporto.

Quando ainda estávamos no aeroporto pedi acesso a internet e ligação internacional, o que não conseguimos. Fora isso, ela nos deu uma espécie de vale alimentação ($ 6,00 para o café da manhã, $ 12,00 para o almoço e $ 8,00 para o jantar). Dos $ 52,00 dados no total, $ 34,00 foram gastos só no jantar, pois chegamos de madrugada no Hotel e não tinhamos nenhuma outra opção de comida senão o restaurante do hotel, cujo prato mais barato custava 12,95. Hoje no almoço tentamos usar os "tickets" que a "Continental" nos garantiu que eram aceitos em todos os estabelecimentos do aeroporto, mas ninguém aceitou. Tivemos que pagar do próprio bolso. Isso está nos cheirando a indenização.

Dormimos pouquíssimo no hotel a nos levantamos as 07:00 da manhá para tomar café e irmos para o aeroporto. Pegamos um vôo pela American Airlines para Miami, onde ainda estamos. Chegamos aqui a 13:20 e só vamos embarcar novamente de 20:05. Iremos para o RJ de TAM, mas quando estávamos na fila fomos informados de que a TAM estava com um "overbooking" de mais 10 pessoas e haviam outras 15 pessoas que compraram passagens mais baratas sem garantia de vôo esperando para embarcar. Conseguimos fazer o "check in" estamos aqui na espera de que tudo dê certo ao final. Espero que a próxima postagem já seja no Rio.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ÚLTIMAS COMPRINHAS

Aqui nos EUA acabamos aprendendo algumas coisas como, por exemplo, que refrigerante "flat" é sem gás ou choca, que "xing" é faixa de pedestre e hoje descobrimos mais uma: que "spicy" é apimentado, picante. Hoje fomos almoçar em um restaurante japonês e pedimos de entrada um prato chamado cérebro de macaco ("monkey brain"), cujo aspécto realmente faz jus ao nome. Porém, nos ingredientes, além de cogumelo e ovo, tinha um tal de "spicy tuna", que eu deduzi de imediato, pelo aspécto, que era ova de "tuna" (atum). No entanto, quando começamos a comer era EXTREMAMENTE picante. Afra acha que a cozinha japonesa daqui é fortemente influenciada pela cozinha mexicana. Era insuportável o ardor. Até Afra que gosta de pimenta reclamou. Portanto, hoje aprendemos mais uma: que "spice" não é ova, e sim apimentado.

Hoje passeamos pela "Little Tokio" que em nossa concepção deixou um pouco a desejar. É um bairro agradável, porém sem nenhum ponto turístico, um bairro como outro qualquer. Não chega nem aos pés da Japantown de San Francisco.

Depois fomos passear no calçadão de Vinice Beach, onde coloquei meus institos atléticos em dia.

Falando um pouco do trânsito de Los Angeles, aqui tudo é um caos. O que tem de cruzamento com 5 ou 6 faixas sem sinal de trânsito é uma loucura. É carro virando para tudo quanto é lado, sem qualquer organização. Tem um sistema de curvas para a esquerda, que logo foi apelidado por nós de "curva filha da p...", que é na base do salve-se quem puder. Inclusive avançando o sinal vermelho. No começo ficamos com medo, mas todo mundo fazia o mesmo. Na maioria dos casos, se não passarmos no sinal vermelho, não há outro momento para passar e os carros ainda ficam buzinando atrás. Em resumo: é tudo caótico. Não tem um guarda de trânsito nas ruas e ninguém obedece à nada, nem limite de velocidade, nem semáforo, nem faixa de pedestre. Lembra muito o trânsito do Brasil.

Entretanto, tudo aqui é muito distante. Quando você diz "vou ali" é praticamente 40 ou 50 km. E pelo que percebemos o sistema de transporte coletivo deixa muito a desejar. Pouco vimos ônibus por aqui. O metrô tem rodas e anda pelas ruas, enfrentando o caos e o engarrafamento. A única solução são as freeways e as highways que cortam a cidade de um lado a outro, mas que no horário de "rush" é uma loucura. Hoje ficamos horas parados em engarrafamentos, aliás hoje passamos mais tempo no trânsito do que em qualquer outro lugar. Quem não muita segurança de dirigir fora do país deve evitar Los Angeles.

Para fecharmos o dia fomos a Barne & Noble comprar o presente de aniversário de Afra. Ela fica dentro de um Shopping Center fabuloso, coisa de outro mundo mesmo. O shopping fica ao redor de uma espécie de praça super hiper agradável com lojas chiquérrimas de uma arquitetura formidável. Cada loja tem cerca de 3 a 4 andares. Só a Barne & Noble tinha 3 andares e era tudo imenso. Ficamos admirados com a grandiosidade do negócio.

Por fim, vamos contar a saga das malas. Como hoje era o último dia, fomos fazer umas comprinhas complementares. O problema é que acho que compramos coisas além do que podia caber nas malas. Por isso, além das duas malas que trouxemos e da bolsa de nailon que compramos em Nova York, tivemos que comprar mais uma bolsa aqui. De noite, fomos tirar tudo das caixas e distribuir as coisas pelas malas e bolsas. A ultima, foi preciso que eu sentasse em cima de um lado e afra sentasse em cima do outro para tantarmos fechá-la. Ainda vamos vestidos com duas camisas, um casaco e levando outro na mão para economizarmos as espaço nas malas. Vamos chegar pingando de suor no Rio de Janeiro, todos empacotados com um calor de 40 graus. Acho que vai ficar meio esquisito, mas vai ter que ser assim, ou então teremos que pagar por mais uma mala excedente. Hehehe.

Amanhã de manhã iremos pegar o vôo para o Rio de Janeiro, mas só chegaremos na sexta-feira pela manhã quando faremos novas postagens. Espero que tenha um taxi que caiba todas as malas. Hehehe..

Bjs e abraços a todos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"RODEO DRIVE, BABY"

Hoje, mais uma vez, saímos atrasados do hotel e fomos tomar café da Village  Hollywood Cafena Beachwood Blvd. Dizem que é desta rua que se tem a melhor visão do famoso letreiro de Hollywood. Desta vez, com o dia claro, tiramos a famosa foto. O café da manhã foi "guaribado". No prato veio omelete com algo não identificado de batata, pães com geléia e suco de laranja. 
 
Bem alimentados fomos para a também famosa Hollywood Blvd. Lá é a maior "muvuca". Passamos pela calçada da fama, onde tiramos fotos com alguns famosos (na verdade, foi apenas com as inscrições da calçada), pelo Mann`s Chinese Theatre, onde no chão tem algumas assinaturas, pés e mãos de famosos e pelo Kodak Theatre, onde é apresentado o Oscar. Nessa rua tem um bando de pessoas vestidas de personagens de tv para você tirar foto. Um Michael Mayers do Halloween me chamou e eu não pude resistir à faca ensanguentada dele. Depois chamou Afra e quando acabamos de tirar a foto ele virou a faca para nós, onde tinha escrito que ele fazia aquilo por gorjetas. Em outras palavras, estava cobrando pela foto. Bem, com um pedido desse inscrito numa faca toda suja de sangue, quem vai resistir? Hehehehe.

De lá fomos, finalmente, na Toy R Us, comprar o presente do mais lindo e maravilhosos sobrinho que eu já tive em toda a minha vida. Lucas, acho que você vai adorar. Bjão.

Fizemos mais umas comprinhas na Best Buy e finalmente: a tão famosa Rodeo Drive. Lembro que essa rua me marcou na adolescência quando eu assisti ao filme "Uma linda mulher", com Richard Gere e Julia Roberts. Tem uma cena em que ele dá o cartão de crédito para ela (que é uma prostituta) para que ela compre uma roupa descente. Ela liga para uma amiga e pergunta onde comprar roupa boa, de qualidade e cara. E a amiga responde: "Rodeo Drive, baby".

Amanhã é o nosso último dia aqui em LA e nos EUA. A viagem está chegando ao fim.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

HOLLYWOOD

Saímos de San Luis Obispo tarde, só para variar. Também não adianta sair muito cedo pois o "check in" dos hotéis aqui nos EUA só começa as 15:00. Não dá para chegar e ficar perambulando nas ruas com as malas no carro. A única coisa que prestou aqui em San Luis Obispo foi o hotel que é super gracioso. O café da manhã também não deixa a desejar. Tinha ceral, leite, suco, frutas variadas, muffin, tortinhas de diversos sabores, pão, ovo, bacon, omelete, panquecas, iogurte e até refrigerante. Por incrível que pareça tinha gente tomando coca-cola no café da manhã. Teve uma que passou com um prato de bacon, batata frita e coca-cola. Pode? Não sei como esse povo chega aos 30 anos.

Pegamos a estrada novamente as 9:30 rumo à Los Angeles, com algumas paradas. Dessa vez eu fui dirigindo a Jeep Grand Cherokee. É verdade que após vários ajustes no banco fiquei no limite dos pedais. Mais um pouquinho e eu não os alcançava. Bob, se você quiser já pode comprar a sua Cherokee que acho que seus pés chegarão lá. Hehehe.

 Nossa primeira parada na estrada foi em Santa Barbara, onde almoçamos. Dentro da cidade é bastante complicado de se dirigir. Tivemos sérios problemas para estacionar por falta de vagas. Por isso, acabamos almoçando na boa e velha McDonald`s onde encontramos estacionamento mais próximo (apesar de comermos muito na McDonald`s eu normalmente peço uma "Cesar Salad" para ser mais saudável).

Depois de uma volta pela cidade, pegamos novamente a estrada desta vez rumo a Malibu. Essa sim é interessante. Cheio de mansões por todos os lados e carros BMW e Ferrari circulando, a maioria conversível. A praia em si estava vazia, provavelmente porque é inverno e a temperatura ainda está baixa para pegar sol. Quando saimos de manhã de San Luis Obispo estava 8 C e à tarde em Malibu estava 15 C. Tirei a tão esperada foto naquelas casinhas de salva vidas que ficam na praia. Me lembrei da minha adolescência em que eu assistia o seriado SOS Malibu na tv.

Depois seguimos para Santa Mônica e, por fim, Los Angeles. Peguei meu primeiro engarrafamento em LA. Foi um inferno. Passamos quase 40 min. nos arrastando pela pista com o tráfego extremamente lento. Parecia até o Brasil. Por fim, encontramos o nosso Hotel. A princípio pensamos que era uma porcaria porque na frente estava cheio de tapumes de madeira. Mas na verdade é uma obra que eles estão fazendo. O quarto é bastante simpático com motivos "hollywoodianos", de artistas famosos. Daqui de perto do hotel dá para ver o letreiro de Hollywood. Não tiramos foto porque já estava meio escuro. Amanhã com certeza ela estará no blog.

Vamos indo que amanhã o dia será cheio. bjs

domingo, 23 de janeiro de 2011

DOIS NORDESTINOS EM SAN LUIS OBISPO



Hoje tentamos acordar cedo, mas mais uma vez só conseguimos sair do hotel por volta de 9:30. O café da manhã servido pelo Carmel Lodge foi todo industrializado: cereal, leite, aveia e iogurte, tudo  na caixinha, de natural só tinha o suco de laranja podre (horrível o gosto). Reforçamos a alimentação e na saída, só para variar um pouco, encontramos mais um grupo de brasileiros que estavam de saída para Santa Bárbara.

Pegamos a Jeep Grand Cherokee (agora vou mencionar o nome completo dela, para fazer valer a pena) e partimos pela CA 1/Cabrillo Hwy rumo a San Luis Obispo.

O trajeto é maravilhoso e as paisagens são fascinantes, de tirar o fôlego, como vocês poderão ver nas fotos. Entretanto, para aqueles que não têm muita experiência na estrada, é um caminho extremamente perigosos, formado de montanhas de um lado e penhasco do outro. É uma estrada bastante sinuosa e de mão dupla e na maioria dos trechos sem as grades de proteção. Segundo Afra parecia uma montanha russa.

Paramos para comer na descida da montanha já no condado de San Luis Obispo, mas ainda há uns 70 km da cidade. Paramos em um daqueles motéis na beira da estrada. Quando ainda estávamos decidindo o que comer chegou um bando de motoqueiros estilo Hell`s Angels, bem uns 20, todos vestidos de preto com jaquetas de couro com o emblema do bando, que para variar era caveira. O grupo sentou-se nas mesas e começou a gritar e gargalhar bem alto. Confesso que fiquei com medo. Deixamos que eles fizessem o pedido primeiro e ficamos aguardando todos saírem para fazermos o nosso pedido. Mas, segundo Afra, debaixo daquela jaqueta de couro também bate um coração, pois após o almoço todos foram ao final do desfiladeiro, em conjunto, apreciar a paisagem.

O almoço estava péssimo. Pedimos o tradicional "fried chicken" americano. Veio praticamente um frango inteiro frito com um óleo que já devia estar ali por pelo menos uma semana. Nem Afra conseguiu comer tudo. Acabei almoçando um salgadinho com coca-cola e uma barrinha de cereal.

No restante do percurso, nos deparamos com alguns mirantes que estavam uma verdadeira muvuca, cheio de carros e de pessoas paradas tirando fotos. Quando olhamos a areia da praia estava repleto de elefantes marinhos dormindo no sol. Era tanto que nem dava para ver o chão. Como perdemos esta parada, paramos em outra mais à frente, onde encontramos outro grupo, porém bem menos numeroso que o anterior. Tivemos uma séria discussão a respeito da espécie. Eu dizia que era peixe-boi (hehehe) e ele dizia que era leão marinho. Mas nossa dúvida perdurou pouco até vermos a placa. Ao final, não era nem peixe-boi nem leão marinho e sim elefante marinho. Também, com um corpinho daqueles o nome veio bem a acalhar.

Chegamos em San Luis Obispo por volta das 16:00. A cidade não é bem o que pensamos. É grande e distante do mar, ao contrário de Carmel, que era pequena e graciosa e na beira da praia. Procuramos por algum ponto turistico, mas o mais "interessante" era o chamado "Bubblegum Alley", vulgo "Beco do Chiclete". Trata-se de um beco onde as pessoas grudam seus chicletes nas paredes. Dizem que o cheiro é horrível e a última vez que ele foi limpo foi há 40 anos. Dizem ainda que a tradição é dar uma lambida no muro dos chilcletes (que nojo!!!). Por fim, ainda tinha na resenha que o beco é muito utilizado por pessoas para usar drogas ou fazer suas necessidades fisiológicas (número 1 e 2) e que muitos acabam vomitando nas paredes. E ainda tem gente que lambe. Eca!!!! Bem, com essas informações todas preferimos não visitar este ponto turísticos tão famoso. Acabamos em mais um fast food (aqui tem aos montes).

Amanhã pegaremos mais 300 km para Los Angeles, novamente em busca da civilização e almoçaremos em Santa Barbara.


sábado, 22 de janeiro de 2011

DOIS NORDESTINOS EM CARMEL


Hoje acordamos cedo e pegamos o Bart (metrô) para o aeroporto para pegarmos o carro alugado e seguirmos para Carmel. Descemos na estação do aeroporto e pegamos o "airtrain" (blue line) gratuito para o terminal de aluguel de carro ("rental car center"). O trajeto é tranquilo, em especial, porque hoje é sábado. Tinha um bigodudo que dormiu no metrô e roncou tão alta que eu nunca mais vou reclamar do ronco de Afra. O trêm chega extremeceu. O bigodudo pegou num sono tão profundo que perdeu a parada. Acordou desesperado e desceu na primeira estação que viu.

Na hora de alugar o carro, o funcionário da Dollar nos enrolou. Perguntou a Afra se ele preferia um Jepp Cherokee ao invés do Ford Escapade. Os olhinhos de Afra chega brilharam na hora. Ele de pronto disse que sim. Quando fomos pagar as taxas, tinha mais $ 120,00 referente ao "upgrade". Como a taxa do segundo motorista anunciada no site era da $ 60,00, acreditamos que os outros $ 60,00 foi pela troca do Ford pela Cherokee, muito embora o vendedor não tenha mencionado nada. Não tenho como negar que é um carrão. Mas eu preferia os meus $ 60,00 de volta. Ainda tem mais uma série de taxas que não são mencionadas no site que nos cobraram. Ao todo, além dos $ 400,00 que nós já tínhamos pago, ainda tivemos que pagar mais $ 239,00. Pode? Só para vocês terem noção, o carro é tão grande que meus pés não alcançam o pedal. Hoje conseguimos descobrir como fazer alguns ajustes. Amanhã vou testar para ver se eu também consigo dirigir.

Pegamos a CA 1/Cabrillo Hwy que vai margeando a costa até Carmel. O trajeto é bonito e tem várias paradas para quem quiser tirar fotos e apreciar a paisagem. Almoçamos em Santa Cruz que fica no meio do caminho e à tarde chegamos a Carmel. A cidade é graciosa, mas tem algumas coisas esquisitas. Primeiro é que a cidade não tem nenhum semáforo. Mas por incrível que pareça não tem acidentes e todos respeitam a sinalização por placas. Segundo é que praticamente não tem postes. A cidade à noite fica às escuras, apenas com a iluminção dos inúmeros restaurantes que ficam ao longo das ruas principais. Porém não tem nenhum perigo. É cheio de gente andando durante a noite.

Assistimos ao pôs do sol na praia. Uma cena lindíssima e segundo Afra inesquecível. Dá para perceber pelas fotos.

Para os turistas que não gostam de restaurantes ou preferem comer no quarto do hotel, Carmel não é uma boa opção, pois não tem mercadinhos ou redes de fast foods, apenas restaurantes. A média dos pratos variam entre $ 15,00 e $ 40,00. Porém, todos os restaurantes são muito charmosos e acolhedores.

Estávamos procurando algum restaurante que servisse pizza. Encontramos apenas um e entramos. Pedimos uma pizza de 4 queijos e o graçom perguntou em inglês: "E para o jantar, vão querer o que?" Ficamos sem entender. No Brasil se janta pizza, não? Porém só depois entendemos que a pizza lá é minúscula e é servida como entrada. Então tivemos que pedir um prato mesmo e esquecer da pizza.

Ficamos hospedados no Carmel Lodge, que na verdade é classificado como Motel (daqueles tradicionais dos EUA como se vê nos filmes). Só tem o térreo e o primeiro andar, mas o quartos são acolhedores e tem até uma lareira. Encontramos apenas um problema. A lareira tem duas portinhas que ficam batendo o dia inteiro por causa do vento. Segundo Afra, o papai Noel deve estar entalado na lareira desde o Natal e está tentando sair. É um saco o barulho. Só espero que ele não resolva descer durante a noite, senão Afra disse que ele vai levar "porrada".

Por fim, Carmel é classificada como Dog`s Friendly (ou amiga dos cachorros). Aqui a grande maioria dos hotéis aceitam cachorro. O mesmo ocorre com os restaurantes, sendo que alguns oferecem até mesmo menu especial para os caninos. Vários estabelecimentos colocam potes de água na frente para os cachorrinhos "carmelitas". É um cachorrada só. A praia tem mais cachorro do que gente. Todos soltos. É aquela alegria. Vale a pena conferir.

Amanhã cedo encararemos 250 km de estrada e partiremos para San Luis Obispo, última parada antes de Los Angeles.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

AFRÂNIO BARROVISK, BARRENSTHEIN, BARRWONG ETC.

O motivo do título é que Afrânio descobriu suas diversas raízes aqui nos EUA. Quando estávamos em Nova York, ele estava se sentindo o próprio americano. Devia se chamar Afrânio Smith. Segundo ele, se não fosse a máquina fotográfica no pescoço ele poderia se passar tranquilamente por um americano de raiz. Quando estávamos em Little Italy, ele disse que sentiu aflorar a sua descendência italiana. Era o próprio Afrânio "Totó" Barros. Aqui em San Francisco, quando estávamos no Russian Hill, ele disse estar sentindo os seus ancestrais russos. Passou a ser Afrânio Barrovisk. Hoje no Chinatown, ele passou a sentir seus ascendentes chineses e passou a ser chamado de Afrânio Barrwong. Mas na verdade ele está mais para Afrânio "Joel Santana" Barros. Hoje ele resolveu entabular uma conversa com uma vendedora no bairro chinês e saiu com essa: "San Francisco`s Chinatown is more beautiful "do que" New York`s Chinatown". Pode? A mulher ficou olhando para ele com uma cara, mas acho que ela entendeu o recado. Hehehe.

Hoje pela manhã passeamos por Chinatown. Sem sombra de dúvidas, o bairro Chinês de San Francisco é muito mais lindo, organizado e limpo do que o de Nova York. É um passeio que tem que ser feito. Almoçamos mais uma vez no Little Joe`s, um restaurante italiano ao lado do hotel. Lá os preços são justos e a comida saborosa. Pedimos o prato e uma coca-cola. Foi quando a garçonete disse que podia trazer a coca, mas ela estava "flat". Tudo isso em inglês claro. Eu disse, também em inglês que não sabia o que era "flat". Mas uma vez ela tentou explicar em inglês. Foi quando Afrânio Smith (em suas raízes americanas) disse: "Kika, ela tá dizendo que a coca-cola não combina com a massa. Tá dizendo que é melhor a limonada". Para a nossa surpresa a mulher disse em bom portugês: "Não. Eu não disse que não combinava. Eu disse que a coca estava sem gás". Era óbvio. "Flat" vem de flatulência, logo tem a ver com gás. Caimos na gargalhada. A garçonete falava português fluente. Deve ter nos achado hilários.

A ascendência multicultural de Afrânio Smith também aflorou em Nova York. Me lembro que estávamos na Best Buy comprando algumas coisas. Quando chegamos ao caixa, a conta tinha dado com uns centavos quebrados. O rapaz do caixa perguntou se eu tinha os centavos e eu disse: "Let me see". Logo disse que não tinha. Ele perguntou então a Afrânio e ele: "Let me see" e imendou cantarolando e dançando a música do Raul Seixas (com algumas modificações): "Let me see, let me see, let me see my rock`n roll, Let me see, let me see, let me see my blues and go". O pobre do rapaz não sabia se ele estava procurando as moedas ou cantando. Depois de um tempão ele disse que não tinha. Acho que o cara ficou P da vida.

Hoje a tarde fomos ao Golden Gate Park. É um parque fabuloso e imenso. Não sei se é melhor ou pau a pau com o Central Park de Nova York. Vale a pena conferir. Pegamos o metrô do Muni aqui perto do hotel (linha N). Aqui tem o metrô do Bart que pegamos do aeroporto para o hotel no dia em que chegamos e o metrô do Muni. Este, por sua vez, combina uma parte subterrânea com uma parte no meio da rua. Essa segunda parte é uma loucura, pois o metrô anda na pista dos carros, para em sinal e ainda fica preso em engarrafamento. Perde completamente o sentido de um metrô, que é ser rápido. É mais parecido com o ônibus sobre trilhos. E as paradas são no meio da rua, normalmente entre os cruzamentos.

Tínhamos programado ir do Golden Gate Park para a Golden Gate Bridge a pé. Porém, durante o caminho percebemos que era extremamente longe. Pegamos então um busão (ônibus, linha 28) que nos deixou na cabeceira da ponte. Foi a nossa sorte, pois em vários pontos do trajeto é proibida a passagem de pedestre.

A ponte é maravilhosa. A visão que temos dela, da cidade e de Alcatraz é fantástica. Um passeio imperdível. Dessa vez, Afra usou o telescópio de maneira correta, colocando a moeda de de $ 0,25. Vimos novamente o sol se pôs. A iluminação da cidade neste momento é maravilhosa. Pegamos dois busões lotados na volta (linha 28 e 38L) e descemos perto do hotel. Batalhamos tanto para não termos que andar de ônibus na nossa terra, mas temos que pegar lotação na terra dos outros. Ninguém merece isso.

Só um detalhe para quem estiver vindo a San Francisco. Comprem o passaporte do Muni que dá direito a andar em todos os transportes desse sistema (Cable Car, Street Car, Street Historic Car, Metrô e o ônibus). Compramos um passaporte de 3 dias que custou $ 20,00 cada. Mas vale a pena. Além disso, é imprescindível comprar o mapa da cidade com as linhas do Muni. Nele você consegue identificar todos os percursos dos transportes coletivos que fazem parte do Muni. E só hoje, no último dia, é que percebemos que o mapa indica até mesmo as paradas dos ônibus. É ótimo, facilita bastante a nossa vida. 

Amanhã partiremos para Carmel. Não sabemos ainda se o hotel tem internet. Portanto, poderemos ficar sem comunicação por um dia ou dois.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

TERCEIRO DIA EM SAN FRANCISCO


Hoje foi o nosso terceiro dia em San Francisco. Pela primeira vez andamos no "Cable Car". É um bondinho bastante gracioso com mais de 100 anos. Apesar de ser um modelo extremamente arcaico, é utilizado pela população local e em especial pelos turistas. Ele se locomove através de cabos elétricos subterrâneos entre os trilhos. O motorista tem apenas duas alavancas para guiá-lo. Sem contar que os operadores são verdadeiros comediantes. É uma verdadeira algazarra lá dentro durante a viagem. Em um determinado momento, um dos operadores mandou que o pessoal que quisesse fosse pendurado do lado de fora do bondinho que anda a 15 km/h. Foi uma festa só.

Existem três linhas de "Cable Car" que passam pela cidade de San Francisco. As duas principais são a Powell & Hyde e a Powell & Manson, sendo a Powell & Hyde a mais tradicional e procurada pelos turistas. Ambas ligam o centro da cidade ao Fisherman`s Wharf, partindo do mesmo ponto, mas seguindo trajetos diferentes. Vale a pena fazer o passeio nas duas linhas. Mas se tiver horário marcado em algum lugar pegue um ônibus porque o trajeto é extremamente lento.

Pegamos a linha Powell & Hyde e desembarcamos no começo da Lombard Street, que segundo os moradores de San Francisco é a rua mais sinuosa do mundo. Descemos a rua a pé e depois nos dirigimos ao Fisherman`s Wharf. Detalhe: a Lombard Street estava apinhada de brasileiros. Caminhamos pelo Fisherman`s Wharf do Pier 39 até o final. Apesar de o trajeto ser um pouco longo, vale ir até o final, onde há uma belíssima visão da Golden Gate Bridge, de Alcatraz e da cidade de San Francisco. Um passeio imperdível.

Almoçamos no Hard Rock Cafe novamente e pegamos o bondinho de volta para o Hotel pela linha Powell & Manson.

À tarde, fizemos um passeio pela Russian Hill e pela North Beach. Passamos pela Washington Square onde há uma Catedral belíssima. Porém, estava em reforma, o que impossibilitou as fotos. Em seguida fomos ao Thelegraf Hill para a Coit Tower. Aqui vale algumas considerações. A primeira é que o caminho é uma tortura. Cheio de ladeiras sempre sobindo e depois inúmeros lances de escada. Chegamos em cima quase mortos. Pensamos em desistir inúmeras vezes, mas finalmente chegamos lá. Por ser bem no alto, temos uma vista maravilhosa da cidade e da Goldem Gate Bridge. Chegamos bem no final da tarde e tivemos o privilégio de vermos o sol se pôr por traz da Golden Gate. Foi uma das cenas mais lindas que já vi na minha vida. O horário é maravilhoso e é cheio de gente que sobe lá para ver esse pôr do sol. Vale a pena conferir.

Ah! Lá tinha um telescópio que permite você ter uma vista ainda melhor da paisagem. Era $ 0,25. Mas notem que eu falei no passado, porque Afra o quebrou hoje. Tinha bem grande dizendo que só aceitava moeda de $ 0,25. Afra na ânsia de ver a paisagem, colocou duas moedas de $ 0,10 e um de $ 0,05. Quando tentou girar a trava enganchou tudo. Ele puxou para tudo quanto é lado, mas não teve jeito. Quando ele se afastou na máquina, uma senhorinha tentou usar e ele saiu correndo como quem não quer nada. Bem, quem for ao Coit Tower, saiba que só aceita moeda de $ 0,25. Isso se já tiverem consertado a máquina daqui para lá. Hehehe

Voltamos de bondinho novamente para o Hotel. Aqui é cheio de artistas tocando e cantando pelas ruas. Ficamos na estação por cerca de 15min esperando o Cable Car e tinha um senhor tocando guitarra e cantando. Afra até pediu para ele tocar San Francisco Bay Blues, o que ele atendeu de pronto. Afra foi colocar uma nota de $ 1,00 no pote dele. Na hora tomou um susto pensando que tinha colocado $ 100,00. Vi a hora Afra quebrar a caixinha do senhor.

Voltamos para o Hotel e acabamos comendo pelo quarto mesmo. Afinal de contas estamos estafados.

Só mais alguns detalhes para quem vier a San Francisco. Ficamos no Pickwick Hotel, na 5th St. com a Mission St. O hotel é extremamente bem localizado. Perto do metrô, e dos terminais de ônibus, Cable Car e Street Car. Porém, é cheio de mendigos por todos os lados. À noite surgem ainda mais pedintes e pessoas estranhas. Não é muito aconselhável voltar de madrugada à pé, pois já começa a ficar esquisito. Tirando isso o hotel é muito bom. Vale a pena ficar aqui.

Por fim, só mais um detalhe. Quem vier no inverno, traga um hidratante muito bom. O frio deixa a pele extremamente ressecada. Eu estou parecendo uma cobra, descamando toda, apesar das toneladas de hidratantes que eu passo todos os dias. E cuidado com a água quente. Eu queimei as duas mãos. O problema é que nós chegamos da ruas gelados e com as extremidades (mãos, pés, nariz, bochechas) dormentes. Quando colocamos as mãos na água quente da torneira, não nos damos conta de o quanto ela é quente. Depois só conseguimos ver a queimadura e a dor. Então cuidado.

Agora vamos dormir porque o dia amanhã será longo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

WALKING WITH MY BABY DOWN BY THE SAN FRANCISCO BAY (nova postagem 19.01)



Acordamos hoje às 6:45 da manhã para irmos para a ilha de Alcatraz. Tomamos um café da manhã generoso: um waffle com calda de morango e uma montanha de chantily em cima. Afra comeu tão vorazmente que o garçom fez o seguinte comentario: "o senhor estava com fome, heim? Quer outro?".

Para nossa sorte nos sabotamos. Tínhamos colocado no guia que o ticket para Alcatraz era de 8:30. Como tivemos dificuldades com o transporte em San Francisco acabamos nos atrasando. Mas na verdade, nos lembramos que no nosso roteiro tínhamos adiantado uma hora na chegada prevendo imprevistos. No ticket constava que a saída do barco era as 9:30.

Tivemos alguma dificuldade para entender o transporte de San Francisco. Tem "cable car", "Historic street car" (bondinho), "bus" e o "bart" (metrô), dentre outros. Conseguimos finalmente comprar um passaporte de três dias. Mas é extremamente complexo andar por San Francisco no transporte coletivo. Finalmente conseguimos pegar o "Cable Car" e fomos da para o Pier 33, no Fisherman`s Wharf, onde íamos embarcar para a ilha de Alcatraz. No "Cable Car" sentaram-se ao nosso lado três brasileiros indo para o mesmo lugar.

A prisão de Alcatraz é fascinante e deprimente ao mesmo tempo. Pegamos um audio guia que ia nos contando a história passo a passo dos principais acontecimentos da prisão, desde às rebeliões até à famosa fuga dos três prisioneiros que inspirou o filme homônimoa"Alcatraz". O audio dá uma sensação de realidade muito grande, pois de fundo você pode escutar o barulho dos tiros, de gente morrendo ou sendo espancado. Porém, apesar de fascinante o local é deprimente, pois as celas são menor que o banheiro da minha casa. Os chamados "the hole" (solitárias) eram completamente escuras e o sujeito podia passar até 19 dias ali. Sem contar com o paradoxo, porque a prisão é terrível, mas a visão externa é de uma beleza inestimável.

Almoçamos no Hard Rock Café, no Pier 39 e seguimos o nosso passeio, mais uma vez de ônibus para o Nob Hill. O ônibus estava até agradável, mas quando chegamos ao bairro chinês começou a entrar dezenas de orientais, em sua grande maioria idosos e o ônibus ficou um inferno, superlotado. Quando fomos descer, eu consegui saltar para fora do ônibus e Afra ficou dentro enquanto a porta fechava. Só vi ele gritando: "Ei, ei..." sem saber o que falar em inglês. Finalmente abriram a porta e ele conseguiu saltar também. Queria ver se nós tivéssemos nos perdido um do outro? Hehehehe.. detalhe: o guia estava com ele.


Caminhamos pelo Nob Hill, o que foi mais um problema. Hoje pagamos todos os nossos pecados. O bairro praticamente todo é formado por quilômetros de ladeiras. Só subida. Vi a hora não conseguirmos atravessá-lo. Finalmente, chegamos ao Japantown. Um bairro extremamente agradável, porém minúsculo. Demos um passeio e andamos mais alguns quilômetros subindo ladeira até a nossa parada. Mais uma vez tivemos dificuldade para encontrarmos a linha correta. Quando finalmente encontramos a linha e subimos no ônibus ele quebrou e o motorista pediu para que todos descessem. Para encurtar a história voltamos andando para o hotel. Mais uns 4 km de caminhada. Acho que hoje andamos tranquilamente uns 15 km.

Exauridos, tomamos um banho e fomos a um restaurante italiano onde tomamos uma garrafa de vinho e comemos uma boa massa. Amanhã o dia mais uma vez será de boa caminhada. Pelo menos estamos queimando as calorias da "comilança."


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Chegada em San Francisco

Hoje o blog vai narrar as desaventuras dos dois nordestinos tentando chegar em San Francisco. 

Acordamos as 3:30 da manhã no horário de Nova York e a neve estava comendo solta. Da outra vez caíam floquinhos românticos de neve. Porém, hoje os flocos eram grandes e pesados. As ruas já estavam cobertas de neve. O taxista disse que já estava indo para casa, mas se quiséssemos que ele nos levasse ao La Guardia (aeoporto) seriam $ 45,00, o que está superfaturado em relação a nossa corrida de vinda para o Hotel.

Chegamos ao aeroporto e embarcamos no horário marcado. Porém o avião nada de levantar vôo. Pela primeira vez na vida vimos uma piloto (eram duas mulheres, "pilota" e "copilota"). E pela primeira vez na vida vimos alguém "resetar" um avião segundo as informações dos próprios comissários. Ficamos 10 min. dentro do avião com as luzes e o arcondicionada desligados enquanto o sistema era reiniciado. Depois fomos advertidos de que, como o avião estava coberto de neve,  equipe teria de lavá-lo. Bem, foi aí que os dois nordestinos descobriram que os responsáveis pela administração dos aeroportos americanos fizeram um curso intensivo na infraero. Foi erro em cima de erro. Só começaram a lavar o avião duas horas depois que tínhamos embarcado. A essas alturas, a nossa conexão em Kansas City para a troca de avião com o tempo de 1h40min foi para as "cucuias". Só chegamos em Kansas City a 11:30 da manhã e o nosso avião para San Francisco tinha partido as 9:42.

Despois de muita espera, fomos relocados em um vôo de uma outra companhia aérea que sairia de Kansas City para Houston (mais duas horas de avião) para só então as 16:00 pegar um novo vôo de Houston para San Francisco. Tivemos a desagradável surpresa de sermos comunicados de que teriamos que pagar toda a franquia de bagagem na outra companhia ($ 85,00), muito embora já tivéssemos pago a franquina na Frontier (companhia original). Afra, ainda quis aplicar o Código de Defesa do Consumidor brasileiro, mas não colou. Ainda pensamos em voltar ao balcão da Frontier para reclamar, mas como tínhamos apenas alguns minutos para o embarque achamos melhor seguir em frente para não perder o novo vôo.

Já em Houston, enfrentamos um novo apagão aéreo. O vôo que sairia as 16:00 para San Francisco só saiu as 17:15. Pegamos mais 4h de vôo e só chegamos em San Francisco por volta das 19:00 por causa do fuso horário. Como o aeroporto é bem distante da cidade, pegamos um airtrain que sai do aeroporto para a estação do metrô de graça e pegamos um metrô de mais 45min que nos deixou na esquina do Hotel. A essas alturas, o corpo todo doía. Levamos 18h para conseguirmos chegar ao aeroporto, sendo 10h dentro de avião sardinha sem poder quase se mexer. Sem contar que estávamos famintos.

Chegamos tão tarde no hotel que o restaurante daqui já estava fechado. Mas pelo menos conseguimos chegar. Como de ontem para hoje dormimos pouco mais de 3h, vamos ver se conseguimos descansar um pouco, porque amanhã cedo iremos visitar Alcatraz, dentre outros.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SÉTIMO DIA

Hoje foi mais um dia de compras na Century 21, mas desta vez de presentes. Depois fomos à loja da Apple ver o Ipod de Bob (porque não tinha na Bestbuy). Tudo aqui é uma coisa de louco. Falei com uma vendedora no meio da loja e pedi o Ipod nas especificações desejadas. Ela pegou e depois me pediu alguns dados e nós ficamos conversando. Pediu e-mail, perguntou se eu estava com o cartão de crédito e eu a entreguei. Depois ela me devolveu. Então eu perguntei: "e agora? Vou no caixa?" E ela espondeu: "Não. Já é seu, pode levar". A mulher concluiu a minha compra no meio da loja. Sem caixa, sem nada. Coisa de primeiro mundo mesmo. Não precisei assinar, nem colocar senha. Nada.

Ontem era domingo, mas parecia um dia de semana como outro qualquer. Quase meia noite e as lojas todas abertas nos arredores da Times Square. As ruas cheias. As pessoas entrando no metrô normalmente. Afra até me perguntou o que eu achei do meu aniversário em Nova York. E eu respondi: "Normal, como qualquer outro dia em Nova York." Tô me achando, né? Hehehee. Mas obrigado a todos pelos parabéns!

Amanhã cedinho vamos partir para San Francisco. Possivelmente, esta será a ultima postagem de hoje e talvez de amanhã. Ainda não sabemos se o outro hotel tem acesso a internet. Mas manteremos contato via sms.

domingo, 16 de janeiro de 2011

SEXTO DIA



Hoje acordamos às 7h da manhã para cruzarmos boa parte da cidade e irmos ao Harlem assistir a uma missa, com aqueles corais gospel, que segundo o guia começava as 9h. O dia ainda estava escuro quando nos levantamos. Entretanto, quando chegamos à igreja fomos advertidos de que a missa não era aberta a turistas. Porém teria uma missa a parte para os turistas a partir das 11h. A fila já estava rodando a igreja, então preferimos não ficar.

Passamos a manhã toda andando pelos pontos turísticos do Harlem. Passamos pelo teatro Apollo, onde vários artistas negros se apresentaram, como Michael Jackson, Billie Hollyday etc. O bairro é habitado quase que 100% de negros e a arquitetura é bem diferente do resto de Manhattan. Como o guia nos mandou para lá acreditamos que a violência já não é tão grande assim. Apesar de que assim que saimos do metrô nos demos de cara com um rapaz que tinha o rosto cortado de um lado a outro à faca com uma cicatriz imensa. Apesar do meu receio de início em andar neste bairro, o guia estava certo ao dizer que ele não oferece mais o perigo de antes.

Passamos um parte da manhã brincando na neve como duas crianças. Fizemos guerra de neve, jogando bolas de neve um no outro. Foi uma bagaceira. Heheheh. Mas valeu a pena. Voltamos a infância em alto estilo. Joguei uma bola tão compacta que quase derrubo Afra no chão.

Almoçamos em um restaurante também indicado no guia chamado Amy's Ruth. Esse foi o ponto alto do dia. O restaurante serve uma comida típica do Sul dos EUA. O prato é cavalar. Só para vocês terem noção, Afra que está acostumado a comer 800g tranquilo no almoço não aguentou comer tudo. O prato era meio adocicado. Tinha peito de peru num molho preto doce, com polenta também doce em baixo, um macarrão no queijo divino e purê de batatas. Era tudo de bom. Um prato dava para alimentar tranquilo duas pessoas. E não foi cara a conta. Por isso, que o pessoal do sul é gordo. Pelo menos andamos uns 10 km hoje. Espero que tenha dado para queimar tudo.

A tarde fomos a uma Catedral chamada de Saint John the Devine. Uma catedral em estilo gótico estupidamente grande. Acho que o pé direito chega a uma altura de um prédio de uns 10 andares. É monumental. Ao lado, tem um anexo que apelidamos carinhosamente de Sainr Little John the Devine.

No final da tarde acabamos no Central Parl, fazendo o lado norte que ainda não tínhamos ido desta vez. Lá fiz um boneco de neve maior. Luquitos, mais uma vez o boneco de neve é para você. Tô morrendo de saudades. Fiz um do seu tamanho para me lembrar de você. Hoje foi a primeira vez que eu vi Afra com vergonha. É sem vergonha para um bocado de coisa, mas ficou com vergonha de fazer um boneco de neve na frente dos americanos. Hehehe. Um dos lagos do Central Park estava congelado. Dava para andar em cima.

Afra está obcecado pelo Play Station 3. Não quer mais parar de jogar nem para sair. Acho que vou confiscar o aparelho. Hehehe

No jantar fomos ao Apple Bee's comemorar meu aniversário e agora estamos de volta ao quarto. Amanhã teremos que dormir mais cedo, pois na terça partiremos as 5h da manhã para o aeroporto.