Como já disse em postagens anteriores, quase não tivemos show na Argentina, o que seria um grande desastre, visto que a viagem surgiu por causa do show. O Steve Tyler, na segunda feira, quando faria um show no Paraguai, levou um tombo no banheiro e caiu de cara no chão quebrando vários dentes. Dizem que foi uma intoxicação alimentar (será?). Cuidado para não se assustarem com a foto ao lado.
O show do Paraguai acabou sendo adiado da segunda para a quarta e o de Buenos Aires que seria na sexta-feira, ocorreu normalmente.
Acordamo, tomamos café e fomos ao aeroporto pegar o carro. Aí vem o primeiro conselho para quem vier a Buenos Aires. Nunca, e digo nunca mesmo, aluguem um carro aqui, tudo é amador. Alugamos o carro pela empresa Alamo. Primeiro, a empresa não trabalha com GPS, simplesmente não tem nenhum para alugar. A sorte é que trouxemos um do Brasil. O carro era um classic com três anos de uso e quase 70 mil km rodados. Uma "fubeca". Para piorar, o isqueiro do carro, onde ligaríamos o GPS para carregar, estava quebrado.
Pegamos a Auto Estrada e fomos direto para La Plata, onde ocorreria o show. Entretanto, no caminho percebemos que a bateria do GPS estava indo embora. Já tinha caído dois pontos só na ida. Sem carregador, fomos obrigados a abortar alguns dos nossos planos de conhecer a cidade de La Plata. A idéia era economizar a bateria do GPS para a volta, que seria de madrugada.
Um dia antes do show compramos um vaga de estacionamento próximo ao estádio para deixarmos o carro. O local ficava a cinco quadras do estádio. Decoramos a rua de entrada: Calle 23.
Por volta das 14h, almoçamos uns sanduíches em um bar "pega bebum" ao lado do estádio e fomos para a fila que já estava quilométrica. Dormimos na grama e as 16h30min foram abertas as portas do estádio. Entramos e iniciamos nossa longa espera de quase cinco horas até o início do show.
O show, por sua vez, foi um espetáculo à parte. Apesar da queda e da idade, o Steve Tyler ainda está com tudo. Fez o povo pular e cantar em uníssino. Simplesmente valeu cada centavo. Se pudesse ia para o de São Paulo também.
O espetáculo terminou a meia noite e então começou o nosso calvário. Ao sair do estádio, tomamos a direção oposta. Começamos a andar na Calle 23 só que do lado oposto do estádio, de forma que andamos mais de cinco quadras na direção contrária, até percebermos o erro. Por sorte, encontramos algumas almas caridosas que nos orientaram para o caminho correto. Tivemos que voltar tudo, arrodiar novamente o estádio para pegar a direção correta. Isso já era quase 1h da manhã.
Pegamos o carro, e tentamos voltar para Buenos Aires com o resto que sobrou da bateria do GPS. O engarrafamento, no entanto estava longo. Ainda desligamos o GPS para tentar poupar a bateria. Eram em torno de 60 km de La Plata para Buenos Aires. Religamos o GPS próximo a BA, foi quando a bateria acabou de vez. Ficamos simplesmente de madrugada (por volta de 2h40min) no meio da Argentina sem GPS e na estrada.
Como Deus é muito bom conosco, de manhã quando estávamos saindo, resolvi pegar o guia que continha os mapas. Quando o GPS apagou de vez, Afra tinha calculado mais ou menos a distância para a saída da autopista mais próxima do hotel. Reconhecemos a rua em que entramos quando viemos no primeiro dia do aeroporto (Av. Jujuly). Abrimos o mapa e retrocedemos à era pré GPS nos localizando pelos impressos. Por fim, após "toramos um aço" chegamos ao hotel. Isso já era 3h da manhã. Comemos batata frita com coca-cola e caimos no sono profundo. Cansados!